Conheça a L-Carnitina

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Recentemente, no cenário da suplementação nutricional, tem-se falado e estudado muito sobre a L-carnitina. Isto devido à autorização da ANVISA para registrá-la como um novo alimento, já que antes era considerada medicamento e sua comercialização só poderia se dar mediante prescrição médica.

Agora que já se encontram vários produtos alimentícios a base de carnitina à disposição para compra sem receita médica, é importante entender o que vem a ser este suplemento, para um melhor posicionamento quanto à suplementação seja ela para consumo próprio ou para sua indicação ou prescrição.

L-carnitina é uma molécula já existente no organismo, sendo produzida a partir dos aminoácidos essenciais lisina e metionina, necessitando para sua síntese a presença de ferro, vitamina C, niacina e vitamina B6. Também é encontrada em alimentos, como as carnes vermelhas e os laticínios.

Cerca de 90% da carnitina do corpo encontram-se na musculatura esquelética (especialmente nas fibras do tipo I, devido à maior densidade mitocondrial dessas células quando comparadas com as do tipo II), cerca de 50 a 100 vezes maior que no plasma. O restante encontra-se distribuída no músculo cardíaco, rins, testículos e cérebro. Parte da carnitina do corpo é excretada na forma de carnitina ou acilcarnitina na urina.

Esta importante molécula tem papel fundamental no metabolismo energético, especificamente na oxidação de ácidos graxos (uso da gordura para geração de energia). Ela é utilizada no transporte dos ácidos graxos de cadeia longa para o interior da mitocôndria, que é onde eles serão utilizados para a produção de energia.

A carnitina aumenta também a disponibilidade de coenzima A garantindo a funcionalidade do ciclo de Krebs. Uma redução na relação de acetil-CoA : CoA pode estimular a enzima piruvato desidrogenase aumentando a conversão de piruvato em acetil-CoA, o que resultaria numa redução da produção de ácido lático.

Devido a esta função, alguns pesquisadores relacionam a carnitina a uma melhora na redução de gordura corporal.

A concentração orgânica de carnitina é resultado de processos metabólicos – como ingestão, biossíntese, transporte dentro e fora dos tecidos e excreção – que, quando alterados em função de diversas doenças, levam a um estado carencial de carnitina com prejuízos relacionados ao metabolismo de lipídios. Os vegetarianos, por exemplo, devido ao baixo consumo de alimentos fontes de carnitina, são um grupo de risco para a deficiência de carnitina.

Sendo assim, a suplementação de carnitina tem sido um importante coadjuvante no tratamento de diversos sintomas relacionados a doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica, doenças renais, síndrome da imunodeficiência adquirida e neuropatia diabética.

Outro papel da carnitina é como antioxidante e favorece a retirada de metabólitos (produtos resultantes do metabolismo energético que em excesso são tóxicos) do interior da mitocôndria, auxiliando na manutenção das condições favoráveis para o metabolismo da própria mitocôndria.

Além disso, a L-carnitina tem efeito vasodilatador, aumentando o fluxo sanguíneo aos músculos, o que favorece a redução de complicações de várias doenças cardiovasculares. Esta característica também pode auxiliar na atividade física (especialmente aeróbica), devido à maior quantidade de oxigênio ofertada à musculatura.

Na área esportiva, a L-carnitina pode melhorar o desempenho, devido a um retardo de fadiga muscular, principalmente em exercícios de endurance (ou seja, predominantemente aeróbicos).

A maior parte de estudos em humanos utilizam doses entre 2 e 6 g/dia de carnitina por períodos de dez dias a dez semanas. Estes estudos observaram que doses entre 1 a 6 g/dia por até seis meses melhoraram consideravelmente as concentrações plasmáticas de carnitina, sem nenhum efeito adverso ou intoxicação nesses indivíduos.

Em estudo avaliando a segurança na administração de L-carnitina por 21 dias, não foram observadas modificações nos indicadores de função hepática (fosfatase alcalina, bilirrubina, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase e lactato desidrogenase), renal (creatinina, ureia, ácido úrico) e nem nas variáveis hematológicas (hematócrito, hemoglobina, neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos, basófilos, glicose, albumina, proteínas totais e minerais), o que reforça a segurança da suplementação de L-carnitina na saúde.

Em suma, a suplementação de carnitina é promissora uma vez que tem mostrado melhora das condições clínicas, aumento da tolerância ao exercício físico e a melhor qualidade e maior expectativa de vida dos portadores de enfermidades crônicas, especialmente nos pacientes com baixos níveis sanguíneos e/ou teciduais de carnitina e naqueles com prejuízos funcionais mais pronunciados.

 fonte: www.neonutri.com.br

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