A proteína da soja potencializa o aumento de massa muscular?

Imagem proteina de soja

O estudo acerca da suplementação/ingestão de proteínas com finalidade ergogênica pode ser um considerado um dos mais (senão o mais) polêmicos da nutrição esportiva. O número de evidências científicas é crescente de modo que a cada semana, um novo estudo é publicado abrangendo a quantidade de ingestão, momento ideal de suplementação, tipo de proteína a ser ingerida e a forma de consumo. Dentre estes fatores, o tipo de proteína é um tópico que vem sendo amplamente estudado e demonstrado consenso razoável dentre os diversos estudos publicados. Usualmente, as fontes proteicas que são testadas e comparadas são: whey protein, soja e caseína. O whey protein e a caseína são frações proteicas derivadas do leite, portanto de origem animal, ao contrário da soja que é de origem vegetal (1). Assim, os pontos questionados sobre a proteína de soja são: a composição em termos de aminoácidos é diferente? A

dose é ser consumida é igual à de uma proteína de origem animal? A forma de consumo é similar às demais fontes proteicas? Este tipo de proteína é efetivo para otimizar as adaptações induzidas pelo exercício de força?

 Em termos de composição, a proteína de soja apresenta algumas similaridades em relação às demais fontes proteicas . Em uma dose praticamente similar de consumo, as três fontes proteicas fornecem basicamente a mesma quantidade de aminoácidos essenciais (2). Entretanto, alguns dos aminoácidos que compõe essa quantidade total diferem de acordo com a proteína ingerida. Porém, alguns aminoácidos são praticamente similares. Dentre estes, a quantidade de leucina, isoleucina e valina (os aminoácidos de cadeia ramificada popularmente conhecidos como BCAAs) é muito similar. A leucina é considerada o gatilho biológico que desencadeia o processo de ganho de massa muscular que, posteriormente necessita dos demais aminoácidos essenciais (3). Portanto, a partir do consumo de doses similares destas diferentes fontes proteicas é possível atingir a mesma ingestão de aminoácidos essenciais e de leucina.Tabela 1 – Quantidade total e de aminoácidos essenciais em diferentes fontes proteicas.

 A principal característica discrepante entre estas fontes proteicas está nos processos de digestão e absorção. Enquanto o whey protein é uma proteína de rápida digestão e absorção, a soja apresenta padrões mais lentos (4). A implicação disso está no comportamento de aminoácidos na circulação sanguínea, que é determinante na resposta do músculo esquelético. Enquanto o whey protein gera picos rápidos e curtos de aminoácidos no sangue, a soja leva a aumentos menores e mais prolongados. Como toda fonte proteica, o recomendado é que a ingestão seja feita após a sessão de exercício de força para favorecer, em longo prazo, as adaptações induzidas pelo treinamento (5).

 O consumo de proteína de soja após o exercício de força é uma estratégia nutricional efetiva para estimular o ganho de massa muscular. Isso se deve, em parte, a quantidade de aminoácidos essenciais e de leucina presente na dose de consumo. Por ser uma proteína de origem vegetal, representa também uma alternativa segura e eficaz para aqueles que por algum motivo não podem ou não consomem proteínas de origem animal.

Lembrando que toda suplementação nutricional deve ser realizada sobre orientação e supervisão de um profissional nutricionista. Uma vez que este efeito de estímulo para o ganho de massa muscular gerado pelo consumo de proteína de soja deve ser feito sempre em associação ao exercício de força. Considerando que a suplementação atua sobre as adaptações induzidas pelo treinamento, é importante que a primeira preocupação seja realizar o treinamento de forma correta para que haja um ambiente biológico favorável para que os nutrientes atuem.

 Fonte: integralmedica.com.br

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